quarta-feira, 29 de junho de 2011

SENTIERI DEL BAROLO




O Sentieri del Barolo é uma caminho para se fazer a pé pelo meio dos vinhedos da região do Piemonte, centro da enogastronomia italiana, famosa no mundo pela produção do vinho Barolo, assim como do Barbaresco, Dolcetto , Nebbiolo e Barbera.
Essa região é também famosa pelos raros e caros tartufos negros e brancos, muito valorizados na alta culinária mundial.
Estamos hospedados em Alba, simpática cidade de 30 mil habitantes, cheia de vida, com eventos musicais, festivais, muitas praças com cafés ao ar livre, muitas pessoas nas ruas usufruindo do clima agradável nesse mês de junho.
O Piemonte é uma parte da Itália com muitas colinas e vales, tudo absolutamente coberto pelos vinhedos. No alto das colinas se localizam as pequenas vilas que cresceram em torno de um castelo medieval. São vilas de 500 a 700 habitantes mas  com uma boa estrutura de hotéis e restaurantes. E claro, muitas lojas de vendas dos vinhos da região.
Para fazer a trilha, optamos por pegar um taxi até a cidadezinha de La Morra, no alto de uma das colinas. De lá, munidos do mapa de trilhas,  sinalizadas precariamente, mas  necessário para  se evitar a área onde vivem os javalis do Piemonte, demos inicio a nossa experiência de “fazer parte da paisagem. Seguimos em direção à cidadezinha de Barolo, no alto da colina, aos pés do Castelo de Barolo.
Com o dia claro, ensolarado e bastante calor , fomos cruzando por algumas pequenas vilas, andando ora pelas estradinhas de terra e cascalho, ora pelo meio das vinhas. A trilha entre La Morra e Barolo tem cerca de 4 km e um desnível de uns 300 ms . Sempre seguindo os sinais chegamos a vila de Barolo.
Conhecemos a vila, demos uma passada no museu e  descemos a colina seguindo a trilha para Castiglione Falletto. Andamos mais  4 km e meio e  um desnível de 350 ms. A trilha vai sempre pelo meio dos vinhedos carregados de frutas ainda pequenas e passando pelos pequenos povoados. Chegamos  ao nosso destino, famintos e sedentos.
 Nossa intenção era conhecer um produtor de Barolo na vila, mas demos uma parada num bar que nos pareceu irresistível pela simplicidade e pela visual de toda a região. Sentamos num patio sob ombrelones com vista para a paisagem do Piemonte e nos deliciamos com uma sequência de antepastos  típicos , um vinho da região e com a simpatia do Fabrizio e sua mama, donos do Bar La Terrazza.
Depois fomos finalmente conhecer o Fábio, jovem enólogo e proprietário da produtora de vinhos Sobrero (www.sobrerofrancesco.it) , que nos mostrou toda a vinícola, nos ofereceu uma degustação da sua produção e ainda nos levou para conhecer as vinhas.
Com a mochila carregada com duas garrafas de Barolo 98, ficou impossível seguirmos a pé, e o Fábio,  sempre gentil, nos levou  com seu carro de volta ao nosso hotel em Alba.




Bar Terrazza em Castiglione Falletto


Vinícola Sobrero em Castiglione Falletto
Um dia perfeito como tantos que vivenciamos nesse país que adoramos!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

BURANO



Veneza é aquilo tudo que todo mundo sabe, mesmo os que ainda não foram visita-la. É uma cidade única, mágica, romântica, com tanta história , arte, arquitetura...enfim, tem que ser visitada nem que seja uma vez na vida. Se possível, mais de uma vez.
Em estando lá, não se acanhe! Se joga nos programas mais clichês, tipo passear de gôndola pelos canais tirando fotos sem parar com aquela cara de turista embasbacado pelo encanto da cidade, se perder pelas ruelas e curtir a Praça San Marco, com direito a música ao vivo, revoada de pombos  e tudo o que você  já viu nos filmes.
Além dos tradicionais passeios e visitas que tem que ser feitas pelo menos uma vez, tipo Pallazo Ducale, antiga residência oficial dos doges, o Campanário, a Catedral de San Marco, a Ponte de Rialto , Ponte dos Suspiros, a ilha de Murano para comprar os famosos vidros, tem uma outra ilha bem mais interessante  e bem menos visitada: a pequena ilha de Burano.
É um centro de pesca e artesanato de rendas que se iniciou no século XVI e hoje fornece  para as maiores coleções da Europa. Tem até uma escola na ilha onde se ensina a arte de fazer rendas.
Mas o que mais chama a atenção é a diversidade das cores das casas, uma tradição que nasceu devido a frequência com que ocorrem as densas neblinas que cobrem as ilhas lagunares e a dificuldade dos pescadores de localizarem suas casas quando chegavam com os barcos e entravam pelos canais cobertos pela neblina.
Assim como Veneza, não existem carros na ilha e todo o transporte é feito por barcos pelos canais que cortam toda a ilha.  A ilha em si é bem pequena e esse é um programa de meio dia saindo de Veneza.
Para chegar lá, pegue um barco que sai a cada 30 minutos do Fondamenta Nove (píer) em Veneza, o mesmo que vai para Murano, e depois de mais uma ou duas paradas chega a Burano, numa travessia que leva cerca de 40 minutos.
Depois de passear pelas ruas coloridas, lojinhas charmosas de artesanatos e rendas, sentar em um dos cafés às margens dos canais, não deixe de almoçar em um dos ótimos restaurantes da ilha. Dizem que lá se come os melhores pescados da região. Eu sugiro um bem localizado, pitoresco e a comida deliciosa: Riva Rosa – site: www.rivarosa.it
Para retornar a Veneza, é só pegar um barco que sai a cada meia hora .
Passear de gôndola pelos canais de Veneza! Faz parte!!
Rialto - Veneza
BURANO
Um dos canais de Burano.
Um dos muitos restaurantes de Burano
Restaurante e vinoteca Riva Rosa em Burano
BURANO
Tudo muito colorido em Burano.
Uma das ruas coloridas de Burano.
Uma delícia de programa!

terça-feira, 7 de junho de 2011

Experiência gastronômica



A gastronomia é uma parte importante da viagem, especialmente quando se está viajando pela Itália. Aqui eles levam muito a sério esse aspecto da vida. Eu diria até que esse é a parte da vida que eles mais valorizam. Para um italiano, tudo o que acontece de importante, acontece em volta de uma mesa muito bem servida em qualidade e quantidade.
Estamos em Bologna e ontem pegamos um trem para Parma a mais ou menos uma hora de viagem, especialmente para comer. Claro, queríamos conhecer Parma, mas nesse dia conhecer a cidade estava em segundo plano. Estávamos a procura de um restaurante estrelado pelo Michelin que havíamos lido a respeito no Brasil.
Ao descer na estação de Parma munidos do mapa da cidade, saímos andando, apreciando as ruas cheias, gente bonita, os cafés lotados, mas como já estávamos no clima da experiência gastronômica, o que mais nos chamou a atenção foi a quantidade e qualidade das charcutarias, lojas especializadas em embutidos e queijos (afinal Parma sempre nos lembra seu presunto e seu queijo , mas tem muito mais...).
Chegamos finalmente ao tal restaurante com o paladar já estimulado pela caminhada e pela expectativa.
Fomos os primeiros a chegar e fomos recepcionados pela Cristina, hostess , somelier  e sócia do Parizzi.
 O lugar é sofisticado, com uma decoração bem contemporânea, minimalista, música suave e iluminação na medida certa.
Degustamos um presunto que leva 26 meses amadurecendo para apurar o sabor, uma mousse de queijo com trufas negras de entrada. Primo piatto: pasta (maravilhosa!). Secondo piatto: vitela e coelho (perfeito), e por último,  uma obra de arte em forma de sobremesa. Nome: “o delírio do chef” ou algo assim. Ele apresentou uma degustação de varias sobremesas como se fosse uma palheta de um pintor. Notem que a mousse de frutas vermelhas veio dentro de um tubo de tinta, entre outros delírios. E acompanhava até um pincel de verdade para finalizar a obra do chef.
 Mas não foi só a aparência que surpreendeu. O sabor de tudo estava perfeito. Um excelente  Barbera para acompanhar.
 Sem dúvida, uma experiência!

www.ristoranteparizzi.it

Restaurante Parizzi em Parma - Itália
mousse de queijo com trufas negras
carta de vinho com 1200 rótulos
vitela
degustação de sobremesas - "o delírio do chef"
para acompanhar o café