quinta-feira, 28 de abril de 2011

ILHA DA MADEIRA


Nem todo mundo que vai a Portugal vai até a Ilha da Madeira.
Vale a pena. Eu fui e adorei !
O vôo sai de Lisboa e tem a duração de 1:20 hr.
Vista de cima a ilha já impressiona. É umas 4 vezes maior que a Ilhabela. Tem excelentes estradas , um porto grande e uma população de 250.000 habitantes.
A descida no aeroporto de Funchal é no mínimo emocionante, pois a pista foi construída  parcialmente em uma laje sobre o mar apoiada em 180 pilares. É até hoje considerada uma das obras mais difíceis da engenharia, devido a topografia da ilha. Só pilotos bem experientes tem autorização para descer lá.
A maior cidade e capital da ilha é Funchal, construída nas encostas da ilha, com jardins encantadores, charmosa, limpa, com bons hotéis e excelentes restaurantes.
Alugamos um carro para percorrer toda a ilha. As estradas são de primeiro mundo.
Toda a ilha é bastante montanhosa, com picos bem altos, vilarejos pitorescos encravados nas montanhas, e muitas vezes me lembraram o Nepal ou o Peru, como dois deles, o Curral das Freiras e o Eira do Serrado.
É impressionante a diversidade de paisagem da ilha, pois sendo vulcânica apresenta orlas costeiras de uma beleza dramática, como a Ponta de São Lourenço, vegetação exuberante nas montanhas no interior , picos de mais de 1800ms como o Pico Ruivo e o Areeiro, penhascos altíssimos e negros de lavas vulcânicas e um mar entre o azul turquesa e o verde esmeralda como Porto Moniz.
Indico três trilhas pelo menos para se fazer:
-       Levadas das 25 Fontes , (9,2 km ida e volta).
-       Areeiro – Pico Ruivo (8,2 km ida)
-       Ponta de São Lourenço (8 km ida e volta)
Vou fazer em mais dois posts diferentes as trilhas das Levadas das 25 Fontes e do Areeiro-Pico Ruivo.
Neste post, algumas fotos da Ilha da Madeira em geral, mostrando paisagens de pontos diferentes que valem ser visitados e umas fotos da trilha da Ponta de São Lourenço também. 















domingo, 24 de abril de 2011

O WHISKY ERA 12 ANOS, MAS O GELO...

Na virada do ano de 2010 para 2011, tive a experiência de caminhar sobre o glaciar Perito Moreno na Argentina.
Tínhamos voado de Buenos Aires para El Calafate no dia anterior.
Em El Calafate, pegamos um ônibus até o Parque Nacional dos Glaciares que fica a 80 km da cidade. Dentro do parque tem um centro de apoio ao visitante com restaurante, banheiros e lojinha. Fica bem em frente ao glaciar e parece um imenso glacê de bolo, branco e azulado, conforme a incidência do sol . Você pode andar por uma passarela de madeira para ver o glaciar por vários ângulos . Entre essa passarela e o glaciar tem um lago com muitos icebergs. Se vc ficar ali um tempinho verá, com certeza, uma avalanche, que é precedida por um estrondo muito alto, proporcionando um belo espetáculo da natureza. Vc pode ficar ali apreciando essa beleza toda ou...pode pegar um barco, que atravessa o lago, passar muito perto daquela imensidão de gelo azul e descer do outro lado. Dalí é só fazer uma trilha até um certo local onde vc coloca os crampons na bota e sair caminhando até o glaciar . Para andar no gelo com o crampon é preciso alguma técnica que é passada  por um guia. É preciso também respeitar o caminho, pois há grotas perigosas e escorregadias e uma queda ali pode ser bem complicado. Mas, seguindo as instruções, não há pq ter medo e a sensação é indescritível!
Andamos por 1h e 30 minutos, subindo e descendo, descobrindo cada tom de azul mais bonito que o outro e o efeito do sol nos cristais de gelo dava a impressão de estarmos andando sobre pedras preciosas. Vimos verdadeiros rios subterrâneos em tons de turquesa!
Como era o último dia do ano, nosso guia abriu uma garrafa de whisky e nós pegamos o gelo do glaciar mesmo. Assim, brindamos a chegada do Ano Novo com Whisky 12 anos e gelo de milhões de  anos.
Uma maneira inusitada de começar mais um ano!!! Tim Tim!!!




terça-feira, 19 de abril de 2011

Olhe para o céu também !!!!

Além de apreciar a paisagem exuberante da Patagonia,não se esqueça de olhar para o céu também.
Você poderá  ver nuvens com estas formas inusitadas,devido ao vento forte que sopra por lá.

domingo, 17 de abril de 2011

TREKKING PARA A LAGUNA AZUL (16 kms ida e volta, desnível de 850 ms)


Nossa opção é sempre pelo trekking e fizemos alguns, mas um deles foi especialmente marcante: Laguna Azul.

A trilha já começa atrás da hosteria e vai entrando pelo vale do rio Alfredo, o mesmo que abastece de energia a estância, através de uma pequena hidrelétrica.
A subida em principio é suave, pela lateral do cerro Huemul e ladeando o rio.
Aos 40 min. de caminhada já se tem uma vista panorâmica da região e dá para avistar toda a imponência do Fitz Roy na outra margem do lago Viedma.
A trilha continua cada vez mais dentro do vale que vai ficando cada vez mais estreito e rodeado por picos que alcançam 2.700 mts de altitude. Já dá para avistar o glaciar da Laguna Azul no fundo do vale.
A impressão é de se estar caminhando num imenso jardim, devido a profusão de flores do campo, bosques de llengas e nires e com direito a guanacos pastando calmamente. Mais uma hora  de caminhada ,chegamos ao fim do vale e, de repente , uma cachoeira de 300 mts de altura aparece na nossa frente.
Mais uns 50 min. de subida bem íngreme e já estávamos na mesma altura do glaciar que repousa nas impressionantes montanhas negras que margeiam a lagoa. Mais uns 10 min. atravessando um pequeno bosque e surge  a lagoa azul turquesa brilhante, contrastando com o branco do glaciar que desce do alto das montanhas negras até encostar na agua azul.
É uma visão de tirar o fôlego. Nos causou uma certa euforia infantil e uma felicidade imensa por ter a sorte de poder usufruir de tanta beleza!
Ficamos ali um bom tempo. Era um silêncio cheio de energia, quebrado apenas pelo barulho forte das avalanches. Andamos um pouco às margens da lagoa apreciando todos os ângulos, usufruindo do privilégio de estar nesse lugar, perfeita tradução da palavra isolamento. Mas um vento forte e gélido entrou batendo forte de repente, como é usual na Patagônia, e mesmo tentando nos proteger , ficou difícil permanecer no lugar quando uma densa neblina desceu sobre nós e a temperatura baixou muito.
Notando meu desconforto e certa irritação que me causou essa mudança abrupta de clima e principalmente o vento que me tirava o equilíbrio, nosso guia me disse “melhor se harmonizar com ele (o vento), pois aqui a natureza mostra a sua soberania, seu poder e nos ajuda a tomar consciência da nossa pequenez.”
É por isso que a experiência da natureza, em sua imensidade, pode ser uma experiência transformadora .
Ao pegar o caminho de volta, viemos conversando com o nosso jovem guia sobre isso. Ele é um pensador, que lê muita filosofia e  pratica seus conceitos ali mesmo no meio daquela paisagem de uma beleza arrebatadora, mas que mostra sua superioridade a todo instante.
Fiz o caminho de volta com o vento batendo forte e chuva gelada, mas mesmo nessas condições, o sentimento era de integração total com a natureza, de pertencimento ao universal e uma tranquilidade interna.
Chegamos felizes e gelados na pousada e fomos recebidos com lareira acesa e um chá quente e depois um bom vinho com um jantar de primeiríssima e com aquele visual inesquecível.
Recomendo a todos se dar uma oportunidade de viver algo assim ! O contato com a natureza dessa maneira é como uma experiência espiritual. Desperta reverência e respeito. Ela te mostra sua pequenez diante do poder dela  e, nas palavras de um filósofo, tomar consciência de sua pequenez já é sair dela.

                                                       


HELSINGFORS

Esse é o nome da capital da Finlândia na língua deles. Foi de lá que vieram os imigrantes que fundaram essa estância num dos lugares mais isolados da Argentina e de uma beleza exuberante , imponente, poderosa. Altas montanhas, fiordes que lembram o país de origem dos fundadores e às margens do Lago Viedma. Esse lago é imenso e tem as aguas de uma cor verde leitoso, com ondas que lembram o mar, devido aos ventos fortes que assolam essa região.
Senti um misto de assombro e encantamento ao avistar da estradinha de terra que leva até a sede , a vastidão e o vazio cercado pelas montanhas imensas e a visão do Fitz Roy, famoso entre os alpinistas ou apreciadores de montanhas, que se avista do lado oposto do lago. De longe ainda já se avista a casa onde se localiza a pousada às margens do lago e aos pés das montanhas. A estradinha acaba ali. Fim de linha.
Numa acolhedora casa de 1910, cercada por majestosas sequóias, plantadas pelos fundadores, com 8 suítes muito confortáveis, cozinha gourmet e um staff simpático e eficiente, vc logo se sente em casa.
São muitas as opções de passeios oferecidos pela pousada.. Vc pode escolher passeios mais leves a pé para apreciar a beleza da região, cavalgadas,  trekkings com vários graus de dificuldades  e até passeios de barco pelos fiordes, quando o vento permite.
No fim de um dia de atividades em contato com uma das mais belas paisagens do mundo, vc é recebido na pousada já com a lareira acesa e o drink que vc mais gosta.

Como chegar: Buenos Aires de avião até El Calafate. Fique lá por uns 2 dias para conhecer e caminhar no Glaciar Perito Moreno que é fantástico . De lá, pegue um transfer para Helsingfors. A própria pousada pode providenciá-lo. São cerca de 180 km de El Calafate, sendo 110 de estrada asfaltada em ótimas condições e com uma paisagem de tirar o fôlego, e mais 70 kms de estradinha sem asfalto mas muito boa e a paisagem...sem palavras!!



www.helsingfors.com.ar